Cabeça no Travesseiro (Liderança)

  Eu estava sendo entrevistado pelo gerente de uma grande companhia seguradora. Disse-lhe honestamente que o principal motivo de estar naquela entrevista era a necessidade de manter minha família em Boston. Minha mulher, com a qual estivera casado por 26 anos, morrera recentemente de ataque cardíaco. Um emprego em Boston me ajudaria a amenizar um pouco o enorme trauma e a dor que minha filha de 16 anos sentia pela perda da mãe. Era importante pra mim mantê-la na escola em que estava.
Eu mal podia falar sobre a morte da minha mulher. Bruce, o entrevistador, foi solidário e educado, mas não fez mais perguntas. Ele compreendeu minha perda e com muito respeito mudou de assunto.
Depois da segunda rodada de entrevistas, Bruce levou-me para almoçar com outro gerente. Em seguida, perguntou se podíamos caminhar juntos. Falou que também havia perdido a esposa. Como eu, também tinha sido casado por 20 anos e tinha três filhos. Deu-me seu cartão e o telefone de sua residência e disse que, seu precisasse de ajuda ou apenas de alguém para conversar, eu podia me sentir a vontade para procura-lo. Conseguindo ou não o emprego, ele queria que eu soubesse que ele estaria lá se alguma vez eu precisasse.
Por causa desse gesto de bondade, quando esse homem não fazia ideia se iriamos nos encontrar novamente, ele ajudou nossa família a lidar com uma das maiores perdas da vida. Ele transformou o processo frio de uma entrevista de emprego em um ato de interesse e apoio por outra pessoa numa hora de extrema necessidade.

Texto Extraído do Livro “Espírito de Cooperação no Trabalho”

Alguns líderes me perguntam: “Até quando um líder deve manter na empresa uma pessoa com desempenho abaixo do esperado?”. O que você responderia?
Pra responder essa pergunta, a primeira coisa que precisamos compreender é que o líder é responsável pelos resultados e pelo clima organizacional da sua área e, portanto, se alguém da equipe está comprometendo uma dessas duas coisas, ele precisa agir. O segundo ponto a ser compreendido é que o líder está lidando com pessoas e não coisas e, portanto, se pretende ser justo, antes de tomar qualquer decisão, precisa compreender o que está acontecendo com essa pessoa; precisa saber o que existe por trás do baixo desempenho.
Como você e eu, as pessoas não entram na empresa e deixam seus problemas, sentimentos e emoções do lado de fora. Pode ser que o baixo desempenho seja resultado da falta de conhecimento ou capacitação técnica, mas também pode ser por insatisfação, frustração, desmotivação, problemas pessoais, e um monte de outras coisas. A primeira causa é muito simples de lidar; basta treinar e acompanhar. Já a segunda exige muito mais tempo, energia e dedicação do líder e, talvez seja por isso que muitos escolhem o caminho mais rápido, ou seja, se uma pessoa não está “performando”, como uma peça descartável que já não serve mais, o melhor a fazer é “substituí-la”.
Quando age dessa maneira, além de distanciar-se completamente do seu papel de líder por tratar pessoas como se fossem coisas, perde a grande oportunidade de desenvolver-se ao deixar de perguntar: “Quanto eu tenho contribuído para o baixo desempenho dessa pessoa?”, e com base em respostas sinceras e honestas, traçar um plano de ação para melhorar como líder, ser humano e profissional.
Não existe liderança sem que haja interesse genuíno no bem-estar das pessoas, e isso não significa manter o emprego delas, mas primordialmente, independentemente delas seguirem trabalhando na empresa, trata-las com respeito, justiça, empatia, transparência e humanidade.
Isso posto, minha resposta para “até quando um líder deve manter na empresa uma pessoa com desempenho abaixo do esperado?” é: “Cabeça no Travesseiro”, ou seja, se você conseguir colocar sua cabeça no travesseiro e dormir tranquilo, consciente de que fez tudo o que estava ao seu alcance para ajudar essa pessoa a melhorar o desempenho e, mesmo assim ela não conseguiu atingir o nível esperado, faça o que precisa ser feito, caso contrário, faça o que ainda não fez.

Um Grande Abraço,

Marco Fabossi

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Marco Fabossi é Sócio-Diretor da Crescimentum, a mais completa empresa de formação de líderes do Brasil.
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